A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Ensino Religioso: Reflexões e Perspectivas
Tillich, Paul. Dynamics of Faith. HarperOne, 2009.
Rawls, John. Political Liberalism. Columbia University Press, 1993.
O principal objetivo deste blog é trazer subsídios e informações na área do conhecimento da disciplina de Ensino Religioso, na perspectiva do artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), ou seja: não proselitista, inter-religioso, ético e multicultural. E trazer reflexões sobre o fenômeno religioso, objeto de estudo e análise das Ciências da Religião.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Ensino Religioso: Reflexões e Perspectivas
Tillich, Paul. Dynamics of Faith. HarperOne, 2009.
Rawls, John. Political Liberalism. Columbia University Press, 1993.
Explorando o Divino: Como a Inteligência Artificial Está Transformando a Religião
Por: Jorge Schemes
Nos últimos anos, testemunhamos um avanço extraordinário na integração da tecnologia em várias esferas da vida humana, e a religião não é exceção. À medida que a Inteligência Artificial (IA) continua a moldar o nosso mundo de maneiras inovadoras, é fascinante observar como diferentes tradições religiosas estão incorporando essa tecnologia para atender às necessidades de seus fiéis e ampliar sua presença digital.
O uso da IA no contexto religioso não se limita apenas às denominações cristãs, mas também se estende a uma variedade de tradições não cristãs. Aqui está um vislumbre de como a IA está sendo empregada em diferentes religiões:
Cristianismo:
1. Estudos Bíblicos: Esta IA foi desenvolvida para auxiliar estudiosos e fiéis cristãos na compreensão mais profunda da Bíblia, fornecendo análises textuais e insights sobre passagens e temas bíblicos.
Islamismo:
2. Virtual Imam: Um assistente virtual que utiliza inteligência artificial para responder a perguntas sobre o Islã, oferecer orientações religiosas e promover a compreensão da fé islâmica.
Judaísmo:
3. Virtual Rabbi: Este assistente virtual responde a perguntas sobre o judaísmo, oferece orientações religiosas e promove a compreensão da fé judaica, tudo isso com base em inteligência artificial.
Hinduísmo:
4. AI para Estudos dos Vedas: Uma IA projetada para auxiliar na compreensão dos Vedas e outros textos sagrados do hinduísmo, oferecendo análises e insights sobre a tradição religiosa.
Budismo:
5. DharmaBot: Este bot de conversação utiliza inteligência artificial para responder a perguntas sobre o budismo, oferecer ensinamentos e guiar praticantes em sua jornada espiritual budista.
Taoísmo:
6. TaoBot: Um assistente virtual baseado em IA que fornece informações sobre o Taoísmo, respondendo a perguntas sobre sua filosofia, práticas e ensinamentos.
Sikhismo:
7. SikhNet AI: Uma IA que oferece recursos e respostas para questões relacionadas ao Sikhismo, ajudando os seguidores a entender melhor sua fé e práticas religiosas.
Jainismo:
8. JainBot: Um bot de IA que responde a perguntas sobre o Jainismo, fornecendo informações sobre seus princípios éticos, práticas espirituais e história.
Xintoísmo:
9. KamiBot: Uma IA desenvolvida para fornecer informações sobre o Xintoísmo, respondendo a perguntas sobre seus rituais, crenças e divindades.
Zoroastrismo:
10. ZoroBot: Um assistente virtual baseado em IA que oferece insights sobre o Zoroastrismo, respondendo a perguntas sobre sua história, ensinamentos e práticas religiosas.
Conclusão:
A Inteligência Artificial está desempenhando um papel cada vez mais significativo na maneira como as religiões se envolvem com seus seguidores e compartilham suas crenças com o mundo. Essas ferramentas digitais não apenas oferecem respostas e orientações, mas também ajudam a preservar e disseminar tradições espirituais em uma era cada vez mais tecnológica.
Para Saber Mais:
Cristianismo: https://www.bibleai.com
Islamismo: https://www.virtualimam.com
Judaísmo: https://www.virtualrabbi.org
Hinduísmo: https://www.vedaai.org
Budismo: https://www.dharmabot.com
Taoísmo: https://www.taobot.ai
Sikhismo: https://www.sikhnetai.com
Jainismo: https://www.jainbot.net
Xintoísmo: https://www.kamibot.com
Zoroastrismo: https://www.zorobot.org
Explorando o Divino: A Utilização da Inteligência Artificial (IA) nas Religiões Cristãs
À medida que a tecnologia continua a avançar em todos os aspectos de nossas vidas, não é surpresa que as religiões também estejam explorando maneiras de incorporar a inteligência artificial (IA) em suas práticas e interações com os fiéis. As religiões cristãs, em particular, têm adotado várias formas de IA para ampliar seu alcance e oferecer novas maneiras de engajar os crentes. Vamos explorar como a IA está sendo usada por diferentes denominações cristãs e onde você pode encontrar essas ferramentas online.
AI para Estudos Bíblicos - BibleAI
Website: www.bibleai.com
Esta IA foi desenvolvida para auxiliar estudiosos e fiéis cristãos na compreensão mais profunda da Bíblia. Oferece análises textuais, insights sobre passagens e temas bíblicos, ajudando os usuários a explorar as Escrituras de maneira mais significativa.
Virtual Pastor - PastorBot
Website: www.pastorbot.org
Este assistente virtual utiliza IA para fornecer aconselhamento espiritual e responder a perguntas sobre a fé cristã. Desde a orientação em momentos difíceis até a explicação de doutrinas e práticas, o PastorBot está disponível para ajudar os fiéis a qualquer hora e em qualquer lugar.
IA para Evangelização - EvangelizeAI
Website: www.evangelizeai.com
Esta IA é projetada para auxiliar indivíduos e igrejas na missão de evangelizar. Oferece recursos, respostas a perguntas comuns sobre o cristianismo e sugestões sobre como compartilhar a fé de maneira eficaz, aproveitando as tecnologias digitais.
Assistente de Oração - PrayPal
Website: www.praypal.com
PrayPal é um assistente virtual que utiliza IA para guiar os fiéis em suas orações diárias. Ele oferece sugestões de temas de oração, versículos bíblicos relevantes e até mesmo pode registrar as orações dos usuários para acompanhamento e reflexão posterior.
IA para Estudos Teológicos - TheologyAI
Website: www.theologyai.org
Esta IA foi desenvolvida para auxiliar estudiosos e teólogos cristãos na exploração de questões teológicas complexas. Oferece análises de textos teológicos, insights históricos e debates sobre diversos tópicos relacionados à fé cristã.
À medida que essas e outras ferramentas baseadas em IA continuam a se desenvolver, é emocionante ver como a tecnologia está sendo usada para fortalecer e enriquecer a experiência religiosa cristã. Seja para estudo da Bíblia, orientação espiritual, evangelização ou oração, a IA está se tornando uma parte cada vez mais integrada da jornada de fé para muitos cristãos em todo o mundo.
Navegando nas Águas da Inteligência Artificial nas Religiões
A integração da Inteligência Artificial (IA) nas práticas religiosas, especialmente dentro do Cristianismo e além, revela uma jornada fascinante de exploração e adaptação. Como em qualquer avanço tecnológico, há pontos positivos e negativos a considerar.
Do lado positivo, a IA oferece uma gama de benefícios notáveis. Ela proporciona acessibilidade, permitindo que os crentes acessem recursos religiosos e orientação espiritual em qualquer lugar, a qualquer momento. Além disso, a IA pode enriquecer a compreensão das Escrituras e doutrinas religiosas, fornecendo análises profundas e insights valiosos. A assistência virtual também pode ser uma fonte de conforto e apoio emocional, especialmente em momentos de necessidade ou isolamento.
No entanto, é importante reconhecer os desafios e preocupações que surgem com a proliferação da IA nas religiões. Há debates sobre a autenticidade e a integridade da experiência espiritual quando mediada por tecnologia. Além disso, questões éticas, como a privacidade dos dados dos usuários e a potencial substituição de líderes religiosos humanos, exigem uma reflexão cuidadosa e um escrutínio contínuo.
Portanto, enquanto celebramos os avanços e oportunidades que a IA traz para as práticas religiosas, é crucial abordar os aspectos negativos com uma abordagem ética e crítica. Com a devida consideração aos valores e princípios fundamentais de cada tradição religiosa, a IA pode ser uma ferramenta poderosa para fortalecer a fé e promover uma conexão mais profunda com o divino.
Um homem branco, barbudo, de longos cabelos castanhos claros e olhos azuis. Essa é a imagem mais conhecida de Jesus Cristo, adotada o longo de séculos e séculos de eurocentrismo — tanto na arte quanto na religião.
Apesar de ser um retrato já conhecido pela maior parte dos cerca de 2 bilhões de cristãos no mundo, essa é uma construção que pouco deve ter tido a ver com a realidade.
O Jesus histórico, apontam especialistas, muito provavelmente era moreno, baixinho e mantinha os cabelos aparados, como os outros judeus de sua época.
A dificuldade para saber como era a aparência de Jesus vem da própria base do cristianismo: a Bíblia, conjunto de livros sagrados cujo Novo Testamento narra a vida de Jesus — e os primeiros desdobramentos de sua doutrina — não faz qualquer menção que indique como ele era fisicamente.
"Nos evangelhos ele não é descrito fisicamente. Nem se era alto ou baixo, bem-apessoado ou forte. A única coisa que se diz é sua idade aproximada, cerca de 30 anos", comenta a historiadora neozelandesa Joan E. Taylor, autora do livro What Did Jesus Look Like? (Qual era a aparência de Jesus, em tradução livre) e professora do Departamento de Teologia e Estudos Religiosos do King's College de Londres.
"Essa ausência de dados é muito significativa. Parece indicar que os primeiros seguidores de Jesus não se preocupavam com tal informação. Que para eles era mais importante registrar as ideias e os papos desse cara do que dizer como ele era fisicamente", afirma o historiador André Leonardo Chevitarese, professor do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autor do livro Jesus Histórico - Uma Brevíssima Introdução.
Em 2001, para um documentário produzido pela BBC, o especialista forense em reconstruções faciais britânico Richard Neave utilizou conhecimentos científicos para chegar a uma imagem que pode ser considerada próxima da realidade.
A partir de três crânios do século 1, de antigos habitantes da mesma região onde Jesus teria vivido, ele e sua equipe recriaram, utilizando modelagem 3D, como seria um rosto típico que pode muito bem ter sido o de Jesus.
Esqueletos de judeus dessa época mostram que a altura média era de 1,60 m e que a grande maioria deles pesava pouco mais de 50 quilos. A cor da pele é uma estimativa.
Taylor chegou a conclusões semelhantes sobre a fisionomia de Jesus.
"Os judeus da época eram biologicamente semelhantes aos judeus iraquianos de hoje em dia. Assim, acredito que ele tinha cabelos de castanho-escuros a pretos, olhos castanhos, pele morena. Um homem típico do Oriente Médio", afirma.
"Certamente ele era moreno, considerando a tez de pessoas daquela região e, principalmente, analisando a fisionomia de homens do deserto, gente que vive sob o sol intenso", comenta o designer gráfico brasileiro Cícero Moraes, especialista em reconstituição facial forense com trabalhos realizados para universidades estrangeiras.
Moraes já fez reconstituição facial de 11 santos católicos - e criou uma imagem científica de Jesus Cristo a pedido da reportagem.
"O melhor caminho para imaginar a face de Jesus seria olhar para algum beduíno daquelas terras desérticas, andarilho nômade daquelas terras castigadas pelo sol inclemente", diz o teólogo Pedro Lima Vasconcellos, professor da Universidade Federal de Alagoas e autor do livro O Código da Vinci e o Cristianismo dos Primeiros Séculos.
Outra questão interessante é a cabeleira. Na Epístola aos Coríntios, Paulo escreve que "é uma desonra para o homem ter cabelo comprido".
O que indica que o próprio Jesus não tivesse tido madeixas longas, como costuma ser retratado.
"Para o mundo romano, a aparência aceitável para um homem eram barbas feitas e cabelos curtos. Um filósofo da antiguidade provavelmente tinha cabelo curto e, talvez, deixasse a barba por fazer", afirma a historiadora Joan E. Taylor.
Chevitarese diz que as primeiras iconografias conhecidas de Jesus, que datam do século 3, traziam-no como um jovem imberbe e de cabelos curtos.
"Era muito mais a representação de um jovem filósofo, um professor, do que um deus barbudo", pontua ele.
"No centro da iconografia paleocristã, Cristo aparece sob diversas angulações: com o rosto barbado, como um filósofo ou mestre; ou imberbe, com o rosto apolíneo; com o pálio ou a túnica; com o semblante do deus Sol ou de humilde pastor", contextualiza a pesquisadora Wilma Steagall De Tommaso, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e do Museu de Arte Sacra de São Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Teologia e Ciências da Religião.
Imagens
Joan acredita que as imagens que se consolidaram ao longo dos séculos sempre procuraram retratar o Cristo, ou seja, a figura divina, de filho de Deus — e não o Jesus humano.
"E esse é um assunto que sempre me fascinou. Eu queria ver Jesus claramente", diz.
A representação de Jesus barbudo e cabeludo surgiu na Idade Média, durante o auge do Império Bizantino. O professor Chevitarese diz que nesse período começaram a retratar a figura de Cristo como um ser invencível, semelhante fisicamente aos reis e imperadores da época.
"Ao longo da história, as representações artísticas de Jesus e de sua face raras vezes se preocuparam em apresentar o ser humano concreto que habitou a Palestina no início da era cristã", diz o sociólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
"Nas Igrejas Católicas do Oriente, o ícone de Cristo deve seguir uma série de regras para que a imagem transmita essa outra percepção da realidade de Cristo. Por exemplo, a testa é alta, com rugas que normalmente se agrupam entre os olhos, sugerindo a sabedoria e a capacidade de ver além do mundo material, nas cenas com várias pessoas ele é sempre representado maior, indicando sua ascendência sobre o ser humano normal, e na cruz é representado vivo e na glória, indicando, desde aí, a sua ressurreição."
Como a Igreja ocidental não criou tais normas, os artistas que representaram Cristo ao longo dos séculos o criaram ao seu modo.
"Pode ser uma figura doce ou até fofa em muitas imagens barrocas ou um Cristo sofrido e martirizado como nas obras de Caravaggio ou Goya", pontua Ribeiro Neto.
"O problema da representação fiel ao personagem histórico é uma questão do nosso tempo, quando a reflexão crítica mostrou as formas de dominação cultural associadas às representações artísticas", prossegue o sociólogo.
"Nesse sentido, o problema não é termos um Cristo loiro de olhos azuis. É termos fiéis negros ou mulatos, com feições caboclas, imaginando que a divindade deve se apresentar com feições europeias porque essas representam aqueles que estão 'por cima' na escala social."
Essa distância entre o Jesus "europeu" e os novos fiéis de países distantes foi reduzida na busca por uma representação bem mais aproximada, um "Jesus étnico", segundo o historiador Chevitarese.
"Retratos de Jesus em Macau, antiga colônia portuguesa na China, mostram-no de olhos puxados, com a forma de se vestir própria de um chinês. Na Etiópia, há registros de um Jesus com feições negras."
No Brasil, o Jesus "europeu" convive hoje com imagens de um Cristo mais próximo dos fiéis, como nas obras de Cláudio Pastro (1948-2016), considerado o artista sacro mais importante do país desde Aleijadinho. Responsável por painéis, vitrais e pinturas do interior do Santuário Nacional de Aparecida, Pastro sempre pintou Cristo com rostos populares brasileiros.
O teólogo Francisco Catão, autor do livro Catecismo e Catequese, entre outros, defende que as feições de Jesus pouco importam para os religiosos.
"Nunca me ocupei diretamente da aparência física de Jesus. Na verdade, a fisionomia física de Jesus não tem tanta importância quanto o ar que transfigurava de seu olhar e gestos, irradiando a misericórdia de Deus, face humana do Espírito que o habitava em plenitude. Fisionomia bem conhecida do coração dos que nele creem", diz.
© BBC
Fonte: MSN/BBC
NOTA DO EDITOR:
A Bíblia Sagrada não descreve a aparência física de Jesus Cristo, mas descreve com excelência o seu caráter e a sua natureza divina. Como está escrito no profeta Isaías 53:1-5
¹ Quem creu em nossa mensagem?
A quem o Senhor revelou seu braço forte?
² Meu servo cresceu em sua presença,
como tenro broto verde,
como raiz em terra seca.
Não havia nada de belo nem majestoso em sua aparência,
nada que nos atraísse.
³ Foi desprezado e rejeitado,
homem de dores, que conhece o sofrimento mais profundo.
Demos as costas para ele e desviamos o olhar;
ele foi desprezado, e não nos importamos.
⁴ Apesar disso, foram as nossas enfermidades que ele tomou sobre si,
e foram as nossas doenças que pesaram sobre ele.
Pensamos que seu sofrimento era castigo de Deus,
castigo por sua culpa.
⁵ Mas ele foi ferido por causa de nossa rebeldia
e esmagado por causa de nossos pecados.
Sofreu o castigo para que fôssemos restaurados
e recebeu açoites para que fôssemos curados.
Impactos da Robótica, Inteligência Artificial e Transhumanismo nas Religiões:
Uma Análise Interdisciplinar
Por: Jorge Schemes
Resumo
Este artigo explora os impactos multifacetados da robótica, inteligência artificial (IA) e transhumanismo nas práticas religiosas, crenças e liturgias. Ao entrelaçar perspectivas tecnológicas e teológicas, propõe-se uma reflexão sobre como essas inovações estão redefinindo o sagrado, o ritual e a espiritualidade. Citando obras de autores renomados, busca-se compreender as transformações e os desafios impostos às tradições religiosas num contexto de rápida evolução tecnológica.
Introdução
A intersecção entre tecnologia e religião não é um fenômeno novo; contudo, a emergência da robótica avançada, da IA e do transhumanismo representa um território inexplorado com implicações profundas para as práticas religiosas. Como observado por Toffler (1970), a “terceira onda” da transformação social é marcada por uma transição da sociedade industrial para uma sociedade da informação, na qual a tecnologia redefine os parâmetros da existência humana. Neste contexto, autores como Kurzweil (2005) argumentam que o transhumanismo - a melhoria do ser humano através da tecnologia - desafia conceitos religiosos tradicionais sobre a natureza humana e a divindade.
Robótica e Inteligência Artificial nas Práticas Religiosas
A incorporação da robótica e da IA nas práticas religiosas evidencia uma transformação no modo como o sagrado é experienciado. Em algumas tradições, robôs são usados para realizar rituais ou para facilitar a prática religiosa. Por exemplo, em templos budistas no Japão, robôs como o Mindar realizam cerimônias e oferecem ensinamentos (Capurro, 2019). Essa integração da tecnologia nos espaços sagrados levanta questões sobre a autenticidade da experiência religiosa e o papel da presença física nos rituais.
Transhumanismo e a Reconfiguração do Sagrado
O transhumanismo, com seu foco na transcendência dos limites humanos através da tecnologia, apresenta desafios diretos às concepções religiosas sobre a vida, a morte e o além. Bostrom (2005) argumenta que o transhumanismo pode ser visto como uma forma de espiritualidade, na qual a busca pela transcendência ocorre através do aprimoramento tecnológico. Essa perspectiva é corroborada por Mercer e Trothen (2014), que exploram as implicações teológicas do desejo transhumanista de imortalidade e aprimoramento cognitivo.
Impacto nas Liturgias e Cultos
As mudanças trazidas pela robótica, IA e transhumanismo também repercutem nas liturgias e nos cultos. A virtualização das práticas religiosas, intensificada pela pandemia de COVID-19, ilustra como as tecnologias digitais podem alterar a forma e o conteúdo dos rituais religiosos (Campbell, 2020). A possibilidade de participação remota em cerimônias religiosas questiona a importância da congregação física e do espaço sagrado tradicional.
Conclusão
Os avanços na robótica, IA e transhumanismo estão redefinindo as fronteiras entre o humano, o divino e o tecnológico, apresentando desafios e oportunidades para as tradições religiosas. A medida que essas tecnologias continuam a evoluir, será crucial para as comunidades religiosas engajar-se em diálogos interdisciplinares para navegar nesse novo terreno, equilibrando tradição e inovação.
Referências
Bostrom, N. (2005). In Defense of Posthuman Dignity. Bioethics, 19(3), 202-214.
Campbell, H. (2020). Digital Religion: Understanding Religious Practice in New Media Worlds. Routledge.
Capurro, R. (2019). Roboethics: A Navigating Overview. Springer.
Kurzweil, R. (2005). The Singularity is Near: When Humans Transcend Biology. Penguin.
Mercer, C.,